Viagem Medieval bate recorde de participação com 857 candidaturas
A Viagem Medieval registou 857 candidaturas de voluntários, o maior número de sempre de participantes em cada uma das 26 edições anteriores. Têm entre 16 e 81 anos e vêm de diferentes geografias, nomeadamente de toda a zona norte, centro e Lisboa, da Ilha da Madeira (Funchal) e Brasil (São Paulo). Em Santa Maria da Feira espera-os 12 dias de vivências únicas num evento de referência nacional e internacional na área da recriação medieval.
Este feito “espelha o impacto cultural da Viagem Medieval e o forte sentido de pertença que inspira”, reagiu o Presidente da Câmara Municipal, Amadeu Albergaria, agradecendo e enaltecendo o espírito de voluntariado de todos os candidatos, também ele uma “marca indelével da Viagem Medieval”.
“Juntos, não vamos apenas recriar a História de Portugal, vamos continuar a fazer história”, vincou o autarca.
Os voluntários são os primeiros rostos da Viagem Medieval, ocupando a primeira linha no contacto com o público, mas têm vindo também a conquistar um papel de relevo noutras áreas de atuação menos visíveis aos visitantes, mas igualmente relevantes e enriquecedoras do ponto de vista da capacitação e de construção do evento.
Também o número de candidatos a Guerreiros (figurantes) para participar no espetáculo diário de grande formato cresceu exponencialmente face a 2023. Este ano, 206 homens e mulheres candidataram-se a aventuras mais arrojadas, podendo vir a viver e sentir a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria de forma mais intensa.
Os mais de 1 000 candidatos – voluntários e guerreiros – vão agora passar por um processo de entrevista de seleção.
Marca do património de Santa Maria da Feira e de Portugal, a Viagem Medieval volta ao coração da cidade entre 31 de julho e 11 de agosto. É numa viagem ao reinado de D. Duarte que se reforça a autenticidade deste evento e sua dimensão que envolve a comunidade, o associativismo e os visitantes numa experiência rica e envolvente.
Enquadramento histórico desta XXVII Viagem medieval em Terra de Santa Maria:
Apesar da coroa não lhe estar destinada, por morte de seu irmão Afonso, D. Duarte foi aclamado rei de Portugal em 1433, após as exéquias fúnebres, muito choradas, de seu pai, D. João I.
Desde a tomada de Ceuta que o Infante tomara conta dos assuntos do reino, tal como seu pai lhe ordenara. Por isso, esta nova etapa era uma absoluta continuidade na governação e administração do reino.
Reinando apenas cinco anos, deixou em testamento que seria sua mulher, D. Leonor de Aragão, a regente do reino, enquanto o filho Afonso fosse menor. Mas era mulher, e além disso estrangeira, atributos que não agradaram a grande parte da sociedade portuguesa.
E vemos os irmãos de D. Duarte – cada um protagonista do seu tempo, uma geração cantada pelos poetas – a decidirem e a tomarem conta do reino, até o Infante sobrinho atingir a maioridade.
Criadores de uma Nova Era para Portugal, os Infantes, cada um à sua maneira, desempenharam um papel decisivo na afirmação de Portugal no seio dos reinos europeus e da Santa Sé.